Comperj dobra capacidade para ser refinaria 'premium'

31/03/2010 15:41

 

A unidade terá capacidade de processar 300 mil barris por dia de petróleo pesado do campo de Marlim

A Petrobras deve mudar o projeto para construção do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), uma obra que consumirá investimentos de até R$ 25 bilhões. A unidade deverá se tornar uma refinaria "premium" com capacidade de processar 300 mil barris por dia de petróleo pesado do campo de Marlim, dobrando a capacidade de produção inicialmente prevista em 150 mil barris por dia.

"Estamos avaliando o cenário para tornar o projeto mais competitivo", disse Paulo Roberto Costa, diretor de Abastecimento da estatal. Segundo ele, a decisão final deverá ser conhecida dentro de dez dias. A Petrobras mantém a decisão de construir uma central petroquímica dentro do Comperj, mas a refinaria deverá ser construída antes da central petroquímica e das unidades de segunda geração, que são menos complexas. O Valor apurou que a estatal já informou ao governador do Rio, Sergio Cabral, da sua intenção de mudar o projeto.

Segundo informantes do setor, as dificuldades para trazer sócios privados para a central petroquímica levaram a Petrobras a dar prioridade às obras da refinaria e a deixar as discussões da central petroquímica para depois que for acertada a incorporação da Quattor pela Braskem e Petrobras. A estatal é sócia da Quattor e da petroquímica do Grupo Odebrecht e única fornecedora de matéria prima para a petroquímica nacional.

As informações iniciais sobre a alteração do escopo do Comperj destacavam o aumento da capacidade de refino do petróleo pesado de Marlim, considerado um bom projeto porque permite beneficiar no país um óleo que é vendido no exterior com deságio que já chegou a US$ 18 por barril.

O encolhimento da produção de petroquímicos de primeira e segunda geração, segundo os informantes, ocorre em razão da dificuldade de atrair sócios privados para o empreendimento. A tecnologia para produzir material petroquímico a partir de óleo pesado tem custo elevadíssimo e não proporciona retorno garantido. "Para a Petrobras, perder US$ 1 bilhão não é nada, mas um privado quebra", argumenta uma fonte ouvida pelo Valor.

A Petrobras já concluiu 60% da terraplanagem da área da refinaria, no município de Itaboraí, no Rio.

 

fonte: Valor Econômico


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